
Parada em frente ao espelho, no computador toca uma música antiga que até bem pouco tempo era apenas o mais novo sucesso, ouvindo a música, contemplo perplexa a imagem, avalio a figura que transmito de mim mesma e percebo que inevitavelmente, assim como me avisaram naquele tenro momento que antecedeu minha chegada á terra, o tempo passou rápido e tudo o que me restou foi pensar, onde me escondi nos últimos 26 anos?
Não espere encontrar aqui palavras de uma mulher próxima aos 30 anos, preocupada com a estética ou com o fato de ainda não ter se casado e de não ter um namorado, já superei essa fase. Quando contemplo minha imagem e as marcas dos meus 26 anos, [que ok não se comparam as de uma pessoa aos 80, mas acredite, não é propaganda do Renew ou do Natura Cronos, depois dos 25 anos as marcas do tempo começam sutilmente dar o ar de suas graças], percebo de uma forma assustadora o quanto me escondi da vida, ou ela se escondeu de mim.
Reavaliando melhor a questão percebo mais perplexa ainda e aturdida com a velocidade dos meus pensamentos, que não fugi de nada e ninguém fugiu de mim, acontece que estou naquele momento estranho em que não se é nem uma coisa nem outra. Lembra-se da pré adolescência? É exatamente semelhante, já não me sinto tão jovem, tão inexperiente, tão superficial ou simples, mas também não me sinto tão sábia, tão equilibrada ou tão vivida. Só me sinto assim, confusa, perdida em tantos adjetivos com os quais ainda não sei se quero me qualificar.
Embora nada disso faça sentido, e por mais que a nova música velha ainda esteja tocando, o que percebo claramente agora e que não percebia à cinco minutos, é que estou mais uma vez vivendo uma fase de transição que me encanta e me amedronta, e que me marca de forma decisiva. Tenho obviamente medo de ter pulado uma fase ou de não ter aproveitado o período que delicadamente deixo para trás e tenho na mesma proporção ansiedade por descobrir o que me espera na próxima fase e tudo isso em meio a uma vontade desconhecida de viver tudo devagar...
A canção termina e se despede de suas notas, eu pisco e deixo a minha imagem no espelho, junto com sua contemplação e volto à realidade fora das interpretações e embora não me recorde mais das especulações dos últimos minutos, percebo meu passo mais lento e enfim, decididamente sou recebida na próxima fase, amanhã vou comprar um “Renew”.
Suzanne Oliveira Araújo
Suzanne Oliveira Araújo
Qualquer hora vou complementar seu texto, só que com as impressões de uma mulher aos 40 kkkkk Haja Renew rsrsrsr
ResponderExcluirkkkkkk... Aceito a complementação amiga!! E viva o Renew que nos deixa sempre Musas e Musitas!!! kkkk
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