quarta-feira, 20 de abril de 2011

Soprou...


Então, em um suspiro
nasceu uma flor
no jardim dos teus sonhos
em forma de cor

Momento breve como a brisa
admirou-se o coração de tanta beleza
Sopra brisa, lá fora
Sopra brisa, não demora

Porque bate o coração de quem ama
ama a vida e ama a dor
bate e implora...

Porque sopra a brisa da noite
brilha as estrelas no céu
e a manhã logo chega e o suspiro vai embora.

Suzanne Oliveira Araújo 20/04/2011
Obs.: Parei um instante e observei quanta poesia tem no soprar do vento! Encantei-me pela noite e tive um breve sopro de inspiração... Espero que gostem!! Sú.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Laços


E sem querer, querendo
Eu voaria... em um instante
Escondida em teus braços
Meus laços

Então sopraria, despretensioso, o vento
Nossos negros cabelos
Entrelaçados como em um embaraço,
Meus laços

Respiraríamos no mesmo instante
E tudo se tornaria o bastante
doce

Encontrariam então, nossos lábios
Constante
Nossos laços

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Suzanne Oliveira Araújo 06/04/2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Nem medo, nem desejo


Apesar de tudo
Ainda continuo
Embora a falta de tempo
Nada me impede

Perdida, como quem anda no escuro
Tateando o mundo, buscando o futuro
Sinto o vazio da imensidão
Onde antes habitavam minhas perspectivas

Despida de minhas ideologias
Dia a dia massacradas, desconsideradas
Ao lixo, totalmente arremessadas

Mesmo assim, mesmo o mesmo
Já não sinto nem medo, nem desejo
E continuo apenas por continuar...

Suzanne Oliveira Araújo - 31/03/2011

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Espelhos


Sou uma contradição ambulante
Um conjunto de incógnitas complexas
Distintas e abstratas
Extraída do meu mais puro racionalismo subjetivo

Fruto de uma constante obsessão
Por conhecer aquilo que já veio embutido em mim
Tentativas fracassadas de estancar essa dor
Absurda de ser simplesmente eu

Não correspondendo a nenhuma expectativa
Rabiscando versos transversais
De uma alma em reconhecimento

Não lamentando
Não pertencer ao seu universo
Certa de não ser na sua aventura, um lamento...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Em casa...


Saudade de casa
Dor no peito batido
Cheiro de terra batida
Olhares pelo sertão


Tronco de árvore retorcido
Sentimento retorcido
Luz de sol escaldante
A longa estrada, eu mero andante

Cerrado, campo aberto
Paixão goiana, alma aberta
O tronco da árvore ainda retorcido

Cerrado, noite enluarada
Retorcida também é a estrada
Retorcendo eu chego em casa...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Brincando com as palavras


Sentimento quase inocente
Péssima correção ortográfica
Sem coerência ou coesão
Sentenças de sujeitos mal determinados

Tentando fazer uma análise sintática
Preocupada com a minha falta de tática
Dessas frases tolas, puro nealogismo
levando invariavelmente a essa prosódia

Fugindo de qualquer Ortopéia
Encontar-ti-ei em algum adjunto adnominal, tempo ou lugar
Desenhando oxítonas da parede ao teto

Conjugando tudo misturado
Sujeito composto, eu e você
Inevitavelmente, simplificando em nós
Quando tudo se transforma em um só

Rabiscando o sol do teu dia
Tornar-te-ei predicado do meu verbo
Praticando no gerúndio, vivendo, fazendo, amando.

Suzanne Oliveira Araújo

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Álcool...



Quem nunca ficou mais apaixonado depois de uma dose a mais ou fez muita besteira e no outro dia colocou a culpa no álcool? Em homenagem ao álcool (que eu ainda não sei se perdeu ou não o acento) companheiro dos solitários, alento dos boêmios, amigo dos apaixonados, consolo dos desesperados e cúmplice de muito safado, alguns versos um "tantinho" embriagados....




Garçom, um caipirango por favor!





Eu vou beber um gole


vou ficar mole


Só para te perdoar


dos meus desenganos





Vou beijar alguém


vou ficar de boa


Só para te ver olhando,


reconhecendo meus segredos...





Vou fazer besteira


Hoje já não importam mais,


nossos planos de futuro





Vou dançar mais um pouco


antes que a cabeça rode


antes que o arrependimento volte.





P.S.: É proibido o consumo de bebidas alcoolicas por menores de 18 anos. Se beber não dirija! kkkk

domingo, 2 de janeiro de 2011

Fases...


Parada em frente ao espelho, no computador toca uma música antiga que até bem pouco tempo era apenas o mais novo sucesso, ouvindo a música, contemplo perplexa a imagem, avalio a figura que transmito de mim mesma e percebo que inevitavelmente, assim como me avisaram naquele tenro momento que antecedeu minha chegada á terra, o tempo passou rápido e tudo o que me restou foi pensar, onde me escondi nos últimos 26 anos?
Não espere encontrar aqui palavras de uma mulher próxima aos 30 anos, preocupada com a estética ou com o fato de ainda não ter se casado e de não ter um namorado, já superei essa fase. Quando contemplo minha imagem e as marcas dos meus 26 anos, [que ok não se comparam as de uma pessoa aos 80, mas acredite, não é propaganda do Renew ou do Natura Cronos, depois dos 25 anos as marcas do tempo começam sutilmente dar o ar de suas graças], percebo de uma forma assustadora o quanto me escondi da vida, ou ela se escondeu de mim.
Reavaliando melhor a questão percebo mais perplexa ainda e aturdida com a velocidade dos meus pensamentos, que não fugi de nada e ninguém fugiu de mim, acontece que estou naquele momento estranho em que não se é nem uma coisa nem outra. Lembra-se da pré adolescência? É exatamente semelhante, já não me sinto tão jovem, tão inexperiente, tão superficial ou simples, mas também não me sinto tão sábia, tão equilibrada ou tão vivida. Só me sinto assim, confusa, perdida em tantos adjetivos com os quais ainda não sei se quero me qualificar.
Embora nada disso faça sentido, e por mais que a nova música velha ainda esteja tocando, o que percebo claramente agora e que não percebia à cinco minutos, é que estou mais uma vez vivendo uma fase de transição que me encanta e me amedronta, e que me marca de forma decisiva. Tenho obviamente medo de ter pulado uma fase ou de não ter aproveitado o período que delicadamente deixo para trás e tenho na mesma proporção ansiedade por descobrir o que me espera na próxima fase e tudo isso em meio a uma vontade desconhecida de viver tudo devagar...
A canção termina e se despede de suas notas, eu pisco e deixo a minha imagem no espelho, junto com sua contemplação e volto à realidade fora das interpretações e embora não me recorde mais das especulações dos últimos minutos, percebo meu passo mais lento e enfim, decididamente sou recebida na próxima fase, amanhã vou comprar um “Renew”.
Suzanne Oliveira Araújo